A UPA de Dourados, historicamente palco de queixas e indignações políticas e populares, foi o destino escolhido por Marçal Filho para sua primeira agenda nesta sexta-feira (03/01). Ao caminhar pelos corredores da unidade, conversar com pacientes e servidores, Marçal deu o recado: quer assumir o controle da pauta mais delicada da cidade, sem precisar de uma "oposição colaborativa".
A saúde pública sempre foi o calcanhar de Aquiles de qualquer administração em Dourados. Marçal sabe disso e, ao aparecer pessoalmente na unidade, tenta sinalizar um estilo de gestão próximo e atento. O prefeito anunciou ainda uma auditoria que promete colocar em panos limpos a realidade financeira, administrativa e, sabemos, política, da Fundação de Saúde de Dourados, responsável pela administração da UPA e Hospital da Vida.
O gesto é válido. Marçal colocou a UPA no centro das atenções logo no início, um símbolo claro de que entende o peso do compromisso que assumiu. Mas uma visita não resolve gargalos, diga-se de passagem.
Como se sabe, a UPA não precisa de cenas. Historicamente elas fizeram pouco pela população. A saúde de Dourados precisa de soluções. E o prefeito tem a caneta e os recursos para transformar o que é rotina de críticas em um modelo de eficiência.
A questão agora é saber até onde Marçal está disposto a ir para mudar a narrativa. A saúde pública em Dourados é um desafio que não permite meio termo. A cidade está atenta, e a paciência do povo se provou curta na gestão passada. Se a estratégia inicial do prefeito é mostrar que não precisa de oposição, resta provar que não faltará ação.
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