Marçal Filho (PSDB) assumiu a prefeitura de Dourados com um movimento estratégico que, convenhamos, é quase um ritual de passagem no início de qualquer mandato: a exoneração em massa de cargos comissionados e a eliminação de gratificações.
Publicada no Diário Oficial do dia 01 de janeiro de 2025, a decisão é o primeiro ato de uma gestão que promete austeridade e eficiência, estancando a ferida custosa para o contribuinte e aliviando o inchaço da folha de pagamentos.
Temos que reconhecer: um ato de coragem, uma vez que são dezenas de desempregados colocados à contramão do otimismo ao novo gestor.
Mas, a pergunta que não quer calar: será que estamos diante de um “corte rápido Tramontina”, preciso e funcional, ou de mais um “cavalo paraguaio”, que arranca forte e morre no meio do caminho?
O histórico recente da política douradense faz o cidadão desconfiar. Antecessores também começaram com promessas de eficiência, mas o que se viu foram governos inexpressivos, caros e insatisfatórios, tanto em contexto administrativo quanto político.
Marçal Filho, com sua trajetória de comunicador, político legislativo próximo do povo, conquistou corações e votos ao expor as falhas e prometer soluções.
Agora com a caneta nas mãos, ele terá que demonstrar que sabe ir além do gesto inicial. Cortar cargos e gratificações foi um bom começo, mas manter o foco e a coerência ao longo dos quatro anos de mandato será determinante para não terminar descredibilizado como seu antecessor.
A austeridade mostrada agora não deve ser apenas um aceno para impressionar na largada. Como já dito aqui, Dourados não tem mais tempo para experimentos. O cidadão não aguenta mais planos que começam com estardalhaço e terminam na apatia.
O teste real que vai consagrar Marçal Filho como "a virada de chave" na história dos últimos 20 anos de Dourados, não será a rapidez do corte inicial, mas a constância das decisões ao longo dos 48 meses que lhe aguardam pela frente.
A cidade espera eficiência, planejamento e resultados. Que a caneta de Marçal continue afiada e que o novo prefeito entenda que governar é mais do que um espetáculo inicial; é um compromisso diário com quem confiou nele para liderar.
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