A festa acaba hoje.
Com o fim das solenidades e do glamour de uma eleição massacrante ao seu adversário, Marçal Filho (PSDB) deixa para trás o papel de comunicador do povo para assumir o de gestor da maior cidade do interior.
Não mais o microfone em mãos, mas a caneta das decisões – e ela pesa. Todas as críticas, promessas e compromissos que por anos foram expostos, agora precisam ser materializados em ações concretas.
Experiência ele tem. Como parlamentar, navegou com habilidade pelo Legislativo. Conhece as demandas, as pressões e os caminhos tortuosos da política local e estadual.
Mas, e a autonomia? Essa será a grande prova.
Como chefe do Executivo, Marçal terá que decidir se governa para atender os anseios de quem o elegeu, diga-se de passagem mais de 60 mil pagadores de impostos, ou se cede à lógica tradicional de composições que diluem responsabilidades e resultados.
Seu eleitorado não quer mais ouvir discursos bonitos ou desculpas polidas.
Quem votou em Marçal o fez porque enxerga nele alguém capaz de enfrentar os problemas crônicos de Dourados – da saúde em colapso ao transporte precário, passando pela infraestrutura que insiste em patinar.
A cidade não suporta mais a ineficiência, o jogo de interesses e o uso subserviente do poder que tantas vezes transformou boas intenções em gestões medíocres.
Agora, é hora de honrar a confiança recebida.
O desafio é imenso, e o tempo para entregar resultados, curto. Dourados não vai esperar. A população espera não só um gestor popular, mas um líder que saiba ouvir, que tenha coragem para tomar decisões difíceis e que priorize o coletivo, mesmo quando isso significar contrariar interesses individuais ou partidários.
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