Após uma seara de anuência e olhos tapados à permissividade, o que pode se esperar de uma gestão legislativa sem competitividade?
Liandra Brambilla (PSDB) assume a presidência da Câmara de Dourados com uma tarefa clara: mostrar que o Legislativo pode ser mais do que um avalista para as permissividade do Executivo.
A unanimidade na sua eleição pode até sugerir uma aprovação irrestrita, mas deve-se considerar que ela também representa um sinal evidente de que a política douradense precisa urgentemente de liderança renovada para resgatar sua credibilidade diante do cidadão, pagador de impostos.
Na última legislatura, a Câmara teve vários episódios onde autonomia foi posta à prova. Erros e omissões do Executivo passaram sem resistência, e o papel de fiscalizar ficou em segundo plano.
Liandra, que já fez parte da Mesa Diretora como primeira secretária, sabe bem como isso enfraquece a relação entre a Casa e a sociedade.
A reeleição da vereadora, pelo PSDB, veio com o peso do apadrinhamento político de "gente grande", o que justifica sua ascensão agora apesar de um primeiro mandato sem grandes feitos.
Agora, à frente da Câmara, terá que provar que é mais do que uma peça no tabuleiro. A missão é clara: liderar um Legislativo cuja credibilidade foi colocada em xeque.
O que se espera de Liandra é a coragem para priorizar o interesse público acima dos arranjos políticos que há vários mandatos sufocam a Câmara de Dourados.
O desafio está lançado. E a população não espera nada menos do que um Casa de Leis protagonista e autônoma. Se é que isso será possível.
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