O douradense Paulo Otávio da Silva, de 29 anos, reside em Porto Alegre desde 2017. Deixou Dourados em busca do sonho de formação superior e nos últimos dias está dedicado integralmente em oferecer apoio aos afetados pela enchente severa que atingiu a capital gaúcha e outros mais de 300 municípios do Rio Grande do Sul.
Em entrevista ao Dourados Em Pauta, o estudante de química relata um retrato de devastação. Boa parte dos serviços estão interrompidos, milhares de pessoas desabrigadas e muita preocupação com o avanço do nível da água.
“Minha casa não foi afetada, mas tem muitos bairros ilhados. O cenário é de guerra. Muitas pessoas perderam suas casas, não há água, não há luz, estamos sem água nos mercados, muita gente comprando de fardos e acaba não sobrando para os outros. Muitas escolas estão recebendo desabrigados, muitas crianças chegando sem os pais, tristeza que parece não ter fim”, relata.
Paulo conta que o centro comercial de Porto Alegre está alagado, resultando na suspensão completa do funcionamento das lojas. Já os shoppings optaram por atender somente serviços essenciais como farmácia, praça de alimentação e mercado.
Ele tem atuado na divulgação e na mobilização das doações em prol dos desabrigados. “Há várias necessidades de urgência, mas a água é prioridade. Diversos bairros estão sem água, os mercados estão em falta, as pessoas no desespero pegam diversos fardos e não sobra para os demais. Estou em um grupo do WhatsApp com vários voluntarios do bairro que estão atuando nos abrigos, então sempre que solicitam ajuda eu me desloco até o lugar, a maioria dos abrigos estão com muitos voluntários então minha função tem sido arrecadar doações e ajudar quando precisam”, conta o douradense.
Em Dourados, a dentista douradense Bianca Oliveira de Matos Eidt mobilizou amigos das redes sociais e da igreja para enviar mil fardos de água para o Rio Grande do Sul. Através da mobilização, já foram arrecadados quase 800 fardos. Para contribuir, basta doar R$10 por fardo no pix [email protected].
Dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul registram o desaparecimento de 136 pessoas desaparecidas e 374 feridas pelo desastre. Ainda de acordo com com o órgão, 232,1 mil pessoas tiveram de deixar suas residências: 67,5 mil estão em abrigos e 164,5 mil são consideradas desalojadas (estão em casas de familiares ou amigos).
Número de mortos na tragédia já chega a 107.
A volta da chuva ontem (8) causou alerta em regiões já devastadas por enchentes e deslizamentos no Rio Grande do Sul.
Conforme noticiou o G1, a Defesa Civil emitiu um aviso de chuva forte e vento acima dos 90 km/h para grande parte do Rio Grande do Sul. O motivo é a chegada de uma nova frente fria, que também derruba as temperaturas.
O tempo virou à tarde em Porto Alegre. Devido às chuvas e ao vento forte, a prefeitura recomendou suspender o trânsito de barcos que resgatam moradores nas áreas alagadas pela cheia do Guaíba. As rajadas de vento provocaram ondas, o que colocou as equipes em perigo.
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