Os dias quentes registrados em Dourados nas últimas semanas não impactam apenas o conforto dos moradores, mas também têm efeitos significativos sobre a saúde, especialmente para quem sofre com dores musculoesqueléticas e enxaqueca. Estudos indicam que o calor intenso pode agravar esses quadros, levando a um aumento no número de crises e piora dos sintomas.
Ao Dourados Em Pauta, o médico Micaías Conde, radiologista e especialista em dor, destaca como as altas temperaturas afetam o organismo, intensificando o sofrimento de muitos pacientes.
“Quando a temperatura ambiente está elevada, o corpo humano precisa trabalhar mais para manter sua temperatura interna estável. Esse esforço provoca um aumento na tensão muscular, o que é especialmente prejudicial para pessoas que já possuem problemas musculoesqueléticos,” explica.
Ele observa que esse esforço extra para regular a temperatura corporal pode resultar em espasmos musculares, rigidez e até em intensificação das dores articulares, sintomas comuns em quadros como artrite e fibromialgia.
Além das dores musculares, as altas temperaturas também são inimigas de quem sofre com enxaqueca. O calor, associado à desidratação, é um dos principais gatilhos para as crises de dor de cabeça. “A desidratação faz com que o volume de sangue diminua, prejudicando o fluxo sanguíneo para o cérebro. Esse fator, combinado com o calor, pode desencadear uma crise de enxaqueca em questão de minutos,” aponta Micaías. Ele reforça que manter-se hidratado é essencial, mas alerta que, para muitas pessoas, apenas isso pode não ser suficiente para evitar as crises, sendo necessário intervenções como bloqueios nervosos e acompanhamento terapêutico.
Estudos recentes publicados pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e relatórios de especialistas em saúde destacam que as mudanças no ambiente, como calor excessivo, aumentam os níveis de inflamação no corpo, potencializando dores musculares e articulares. Para aqueles que sofrem com dores de cabeça, musculares, tendíneas, óssea ou articulares, o especialista recomenda evitar a exposição ao calor nos horários de pico, manter-se hidratado e buscar ambientes frescos sempre que possível.
“É essencial que o paciente tome medidas preventivas durante esses dias quentes. Pequenas atitudes, como o consumo regular de água e a prática de atividades físicas leves em ambientes climatizados, podem fazer a diferença no controle da dor. E diante de crises, a intervenção da dor é alternativa segura para manutenção do bem-estar e prevenção das limitações causadas pela dor,” finaliza.