O resultado histórico das eleições municipais provaram que Alan perdeu para si mesmo. Ao deixar de lado a sua campanha para, consistentemente, falar do seu principal opositor, o prefeito de Dourados e candidato à reeleição vestiu a camiseta de cabo eleitoral reduzindo a qualidade das narrativas que outrora não precisou adotar.
Lamentavelmente, ou não, Alan Guedes se viu encurralado. Para conseguir chamar atenção, desceu o nível atacando de forma difamatória o radialista e advogado Marçal Filho, eleito com mais de 60 mil votos, que representaram 50% do eleitorado douradense.
Mobilizando do baixo ao alto clero da sua gestão, a campanha do progressista não foi capaz de engajar quem mais importava: o eleitor. E apesar da ausência de Marçal Filho nos debates, hoje nenhum pouco relevante para o resultado das urnas, Alan fez questão de preencher tamanha lacuna, ainda que à base de informação distorcida.
Sem portfólio de entregas suficientemente capazes de cativar o carisma do dono do voto, Alan se mostrou ingênuo diante do esforço em desconstruir a história do opositor. O que ele fez foi municiar a base apaixonada do tucano para contra-atacar sua inércia na gestão da maior cidade do interior. Em política o teto é de vidro, e quem atira, uma hora também leva.
Estava claro para o eleitor que Dourados, infelizmente, não avançou. E a campanha de Alan fez o bastante para que todos soubessem disso.
A narrativa de que o governo municipal levou 4 anos para “colocar a casa em ordem”, e a promessa de avanço a partir de 2025, ficou cara demais para quem não encontrou na administração de Guedes o carinho prometido em 2020.
Diferentemente daquele pleito, que Alan se colocava como um ponto fora da curva diante de um suposto projeto do “sistema”, agora o prefeito era só mais um gestor insuficiente na história da cidade, apesar da tentativa de uso da narrativa “anti-sistema”. Diga-se de passagem, sistema esse que manteve Dourados em investimentos significativos nos últimos anos.
E enfim, após o resultado das urnas, o pranto ainda corre nos olhos de quem quis tapar o sol com a peneira. Para gente querida do prefeito, a vitória de Marçal foi resultado do seu programa na rádio, seu papel combativo e fiscalizador enquanto apresentador em um veículo de comunicação. Eu iria além. A vitória do radialista só foi possível pelo fracasso administrativo e pela incompetência com a qual Dourados foi conduzida nos últimos quatro anos.
Em time que está vencendo não se mexe, já naqueles em baixa produtividade, o primeiro a ser demitido é o capitão.
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